Opinión

Aprender a utilizar o tempo de lazer

Qué bom seria mudar quanto antes o currículo das nossas escolas primárias! Os métodos, as estratêgias didácticas, as actividades, os recursos e, especialmente, os conteúdos a desenvolver. O espaço escolar primário deveria servir prioritariamente, ademais de para adquirir as aprendizagens instrumentais de forma viva e atractiva, um lugar para desenvolver a criatividade e as expressoes verbal, numérica, plástica, musical e teatral. E também um lugar para, de forma lúdica, aprender a jogar e brincar e, muito especialmente, um lugar e um momento para despertar afeiçoes positivas em crianças e jovens. Saber utilizar adeqüadamente o tempo livre ou de lazer, com actividades adaptadas às aptitudes, qualidades e gostos de cada um, é muito importante. Nom só para a maduraçóm pessoal, também para a sociedade na que se vive. Nom só para o momento da infância e adolescência, também para o porvir de adulto ou na terceira idade. Quando se estam a viver os últimos anos da vida, bem no lar ou fogar de idosos, ou bem num centro de dia.


Para nós resulta muito triste ver em ‘S. Lázaro Park’, quando por alí passamos ao sair das nossas aulas, a um montóm de jovens e adolescentes tristes e aborridos sem saber que fazer. Se houvessem adquirido no seu momento afeiçoes, agora saberiam disfrutar dos seus tempos livres. Por exemplo por meio de leituras de poesia, contos, romances, relatos ou banda desenhada. Por meio da música, tocando algum instrumento, cantando ou simplesmente escoitando música ou cantares. Por meio do teatro, participando em grupos teatrais, de títeres ou fantoches ou teatro lido. Por meio das artes, realizando trabalhos plásticos de pintura, escultura, modelagem, recortáveis, artesanato, papirofléxia, globofléxia...Por meio da criatividade literária, inventando poemas e contos ou lendas. Por meio de roteiros artísticos, ecológicos e na natureza, fazendo percursos polas ribeiras dos nossos rios, polas ruas com arte e história, polos espaços naturais, nos que se possa disfrutar das flores e das ârvores, dos pássaros e os seus cantos, da beleza da natureza. Por meio do coleccionismo, de selos, de postais, de moedas... Por meio dos jogos tradicionais, jogos simbólicos, jogos dramáticos e musicais, jogos de mesa positivos... Por meio da prática de desportos individuais e colectivos.


Se de nós dependese, mudaríamos por completo o ensino primário. No que certamente hai que aprender à ler bem (e lograr aprécio pola leitura, o prazer de ler), a escrever, fomentando a criatividade na escrita e na expressóm literária e poética, e à calcular, sabendo aplicar a matemática à realidade, por meio do cálculo vivo e as operaçoes concretas e nom abstractas (mais próprias de etapas posteriores). Leitura, escrita e cálculo eram já os conhecimentos prioritários das escolas medievais municipais, gérmolos das actuais públicas. O resto do tempo escolar deveria ser utilizado para desenvolver actividades circumescolares. Num próximo artigo ofereceremos um plano de actividades deste tipo para as nossas escolas primárias.


Com este nosso artigo queremos aproveitar para dar os parabéns à associaçóm ‘Amencer’ polo seu labor neste campo ao largo de todo o ano. E lembrar que desde o passado dia 7 está a desenvolver-se a 14ª ediçóm do ‘Ourense Lúdico’, organizado pola ludoteca da ASPGP e promovido pola Deputaçóm Provincial. As actividades do mesmo levam-se a cabo em 16 concelhos e nos nossos bairros de Seixalvo, Pena-Redonda (Inmaculada), Marinhamansa, Velhe, O 21 e, todos os joves de 11 a 13 horas, no Liceo Recreio. Por segunda vez consecutiva o mediocre e sectário director geral de juventude declinou apoiar as actividades da ASPGP arredor dos nossos jogos populares, para desenvolver actividades com a sua promoçóm em centros de ensino, centros juvenís e casas da juventude galegas. É o que temos. Tristemente.


(*) Professor Numerário da Faculdade de Educaçóm de Ourense

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