Opinión

Quintela e a revista 'Bisbarra'

Vai fazer um ano que nos deixou José Manuel Quintela. Um dia, de forma repentina, chegou a morte à sua casa de Mandrás no concelho de Cea. E o feito encheu-nos de tristura a todos. Especialmente aos que contavamos com a sua amizade profunda. Com o seu sentimento auténtico e galego. Sempre servicial no seu trabalho na central de Correios em Ourense. Quintela deixou um oco difícil de cumprimentar na nossa terra galega e ourensana.


De Quintela lembramos muitas cousas positivas. A nossa amizade era antiga, vinha de muitos anos atrás. Quando se pús a andar a revista Bisbarra, onde publicamos vários artigos. Junto com Chema do Fato Cultural Os Chaos de Amoeiro, Quintela foi a ‘alma mater’ da revista. Graças ao seu trabalho chegaram-se a editar vários números desta interessante publicaçóm. Que acolhia notícias, informaçoes e reportagens (especialmente culturais) dos concelhos de Pinhor, Cea, A Peroja, Coles, Amoeiro e Vilamarím.


Com nostálgia aínda nos lembramos daquelas reunioes, coordenadas por ele, que tinhamos na antiga escola de Cambeo ou nos cafés de Souto e Tamalhancos. Reuniamo-nos os domingos polas manhás, como conselho redactorial, para desenhar cada número, para escolher os artigos a publicar e as ilustraçoes para os mesmos. Chema e os seus colaboradores de Parada e Amoeiro, o mestre Isauro G. Pereira, o director da academia Castelao José Luis R. Urenha e Pepe Blanco, entre outros, podem dar testimunho do que estamos a comentar. Com grande ánimo e ilusóm, o Quintela levava as capas e os artigos para que, ao pouco tempo, sairam do prelo cada um dos exemplares da nossa Bisbarra. Onde chegaram a publicar Joaquim Lourenço, Antom Tovar e Manuel Maria. Algúns dos editoriais foram da nossa autoria e artigos baixo o seudónimo de Pepe de Torcela ou Pepe Casal do Borras. Sobre a festa dos maios e a toponímia do nosso concelho de Pinhor.


Mais tarde, desde a sua ‘Associaçóm Amigos do Rio Barbantinho’ e das entidades ecologistas (como o ‘Ouriço’ da ASPGP), integradas na Coordenadora Pro Natureza Ourensana, estivemos juntos na loita por salvar a fervença do Barbantinho. Foram muitas jornadas reivindicativas, que, infelizmente, de pouco serviram para salvar aquela formosa paragem barbantinhana. Pois, ao final, a mini-hídrica foi construída e o cachóm foi destruido para sempre. Mesmo com infinidade de ilegalidades. Naquela loita ecológica esteve sempre presente Quintela. O que ajudou, polo menos, a fortalecer os laços de amizade entre todos nós. E entre aqueles que antes estuveramos no labor de fazer possível que a Bisbarra saíse à luz cada certo tempo.


A melhor homenagem que se lhe poderia fazer a Quintela seria recuperar de novo esta revista. Mais para isso seria necessário eliminar sectarismos e partidismos. E que os seis concelhos, à margem da cor política dos alcaides de cada um, arrimasem o ombreiro todos a uma, para poder pôr de novo a andar esta publicaçóm. À que, com verdadeiro entusiasmo e carinho, Quintela lhe dedicou tempo e esforços.



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