José Ramom e Fernández-Ojea, mais conhecido polo seu
seudónimo de Ben-Cho-Shey, é uma das nossas personalidades mais sobranceira.
Tanto para Ourense, como para toda Galiza, e, nom sabemos por que, injustamente
esquecido. Esta pessoa singular tem polo menos a mesma categoria que os grandes
como Otero, Cuevilhas ou Risco. Dos que se fala mais e mais a miúdo. Este
grande ourensano tinha nascido nesta nossa cidade no ano de 1896. Faleceu em
Madrid em 1988, e os seus restos estam depositados no cimetério de San Francisco.
O seu labor pedagógico e cultural a favor do ser da Nossa Terra foi
extraordinário. Nom entendemos por que nom contamos aínda com uma ediçom
crítica dos seus múltiples artigos, todos excelentes, e sobre todo tipo de
temas. Tampouco entendemos porque nom se realizou de momento nenhuma tese
doutoral sobre a sua espléndida obra educativa.
Tivemos a sorte de
conhecé-lo durante os anos dos nossos estudos na Complutense de 1968 a 1971.
Logo já em Ourense, nas ediçoes da festa dos Maios, que ele como nós, tanto
amava. Muitas vezes conversamos com ele quando acudia à redacçom de La Región, nos
antigos locais da rua do Cardeal Quiroga. Onde faziamos tertúlia com os nossos
amigos jornalistas Alvarado, Ellacuriaga, Guede e Alejandro Outeirinho. Admiramos
muitas cousas de Ben-Cho-Shey, mais a que mais o prazer que era estar com ele
na feira do livro de Madrid no Retiro, quando rodeado de jovens galegos ele era
feliz ao levar a caseta do livro galego. Apreciava de verdade aos jovens,
dava-nos ánimos e ensinava-nos como ninguém a amar o nosso pais, a nossa língua
e a nossa cultura.
Ben-Cho-Shey
fazia-se querer por todos. Inclusivê polos que só o conheceram a través dos
seus escritos. O nosso filho David Paz no seu blog Madialevo escreve um
fermoso artigo com o título de Sempre Ben-Cho-Shey. Entre outras cousas di: ...hai
que reservar um lugar de honra ao orensano Ben-Cho-Shey... que dedicou grande
parte da sua vida à defesa da cultura e identidade da Galiza. No mesmo artigo acolhe outro do
nosso polígrafo com o título de A fala na escola, publicado o 19 de setembro
de 1929 no nosso jornal de La Región. Este artigo é magnífico, como o que
publicou no mesmo diário a princípios dos setenta, defendendo o ensino do
português na secundária, com mais razom que francês, alemám ou inglês.
Admiramos muitas
cousas de Ben-Cho-Shey, mais a que mais o prazer que era estar com ele na feira
do livro de Madrid no Retiro Entre as muitas opinioes positivas sobre a sua
obra e pessoa, queremos destacar a de José Mª Álvarez Blázquez (ao que se lhe vai
dedicar as letras galegas do 2008). Ben-Cho-Shey,
di Blázquez, é o galego mais galego que tenho conhecido. Atesoura a generosidade
dum Otero Pedraio, o entusiasmo dum Padre Sarmiento, a sabedoria folclórica dum
Risco, o patriotismo dum Castelao. Se houvesse que fazer um desfile de galeguismo,
Ben-Cho-Shey seria o abandeirado.
Hoje no Liceo de
Ourense a AGAL vai render-lhe homenagem ao mais importante galeguista da
história. Para recuperar a sua figura, injustamente esquecida, e para dar-lha a
conhecer aos jovens ourensanos. No acto intervirám, ademais de quem suscreve
este artigo, Isaac Estraviz, que foi um grande seu amigo e coordenou no seu dia
o livro de homenagem Galiza no coraçom. Tambem participará o director do arquivo
municipal Espino Domarco, que no seu dia organizou a biblioteca do bate
ourensano nos baixos da Deputaçom Provincial.